Portal de Notícias e Web Rádio  j4l22

Bom dia

Ao Papa Francisco é atribuída a pregação de se construir “pontes” e não “muros” entre as pessoas. Essa seria uma crítica ao muro de Trump, construído ao longo da fronteira dos EUA com o México. Que seria uma barreira física em andamento, mas plenamente em funcionamento por outros meios de exclusão.

Entretanto, o simbolismo papal faz sentido, e daria frutos, num mundo orientado pela colaboração e fraternidade.

No mundo em que vivemos, os muros parecem mais comuns que pontes. E mais desejáveis. Já que colaboração e fraternidade são valores que parecem  caminhar para o desuso ou para o esquecimento.

Alguns muros são historicamente famosos. O Muro de Berlim, ou “muro da vergonha”, é fruto de uma disputa ideológica. Ao simbolizar o Império Soviético, sua queda, aparentemente, precipitou a queda de toda a URSS.

A Linha Maginot, assim como a Zona Desmilitarizada, entre Coréia do Sul e do Norte, se pretendem obstáculos militares. Nas Coréias a barreira ainda existe.

A barreira sa, uma vez contornada pelas forças nazistas nas Ardenas e pela Bélgica, principalmente, perdeu função estratégica. Embora tenha funcionado nas poucas batalhas em que foi testada.

Agora é a vez da Polônia. Que constrói, há alguns anos, o próprio muro, procurando se defender de Putin.

A Polônia já foi covardemente invadida e dividida entre stalinistas e nazistas, no início da Segunda Guerra. Irmanados pelo tratado Molotov-Ribentrop, assinado por Hitler e Stalin.

O muro polonês seria sinal dos novos tempos, influenciado pelo ado. Seria o velho ditado em funcionamento: “cachorro picado de cobra tem medo de linguiça”. Infernal.

Não pretendem cometer o erro de Maginot e se preparam para estender o muro por outros países vizinhos. Também temerosos.

Considerando as barreiras físicas, eletrônicas, táticas e estratégicas do muro polonês, seria mais fácil fugir do reino de Hades que superar o tal muro. “Ou zona de exclusão”. Até pântano artificial prevê, o que impediria o avanço blindado, também problematizando a vida da infantaria, tornando-os alvos fáceis.

Entretanto, a ameaça nuclear, ao fim e ao cabo, torna qualquer barreira supérflua, diante da insidiosa radiação. Que se segue à devastação nuclear. Ameaça recorrente nas falas de Trump.

O que fará, da Terra, o domínio de Hades. Em eterno e obscuro inverno. 

E, desta feita, sem a presença de Perséfone, para dar uma aliviada…

Marco Antônio Andere Teixeira – Historiador, Advogado e Cientista Político